sábado, 5 de janeiro de 2013

Doce vilão sem sal

Cheio de referência a games, ‘Detona Ralph’ diverte, mas sem brilhar no final
Os bonzinhos não estão com nada! Desde o lançamento de “Meu Malvado Favorito”, em 2010, que os vilões batem o pé e ganham espaço representativo nas telonas. No entanto, de malvados eles não têm nada, parecem mais é que caíram de paraquedas sem possibilidade de escolha na rede dos maus elementos. E ali ficaram. É assim com Ralph, o novo doce vilão da Walt Disney na animação “Detona Ralph”, que estreou nesta semana.
Ele é grande, tem cara de mal e detona coisas no game “Conserta Felix Jr” há 30 anos. É de se entender que Ralph esteja cansado de ser deixado de lado pelos personagens que só se importam em ver tudo que ele destrói consertado pelo bom e carismático Félix. Então, o vilão resolve mudar de vida e ganhar uma medalha de herói com o intuito de ser querido por seus companheiros. A animação é uma homenagem de brotar lágrimas dos olhos dos apaixonados por joysticks, com referências a Donkey Kong (com o próprio Ralph), Pac Man, Sonic, Street Fighter, Super Mário a até jogos mais atuais, como Halo ou Gears of Wars.
Trama. O que a Disney faz em Detona Ralph, porém, é seguir a receita que tem dado certo em alguns de seus filmes (Toy Story, Monstros S.A, Procurando Nemo): mostrar a história por um ângulo novo, seja a visão dos brinquedos, dos monstros nos armários ou do peixe de dentro do aquário.
Nessa animação, a história começa quando as fichas dos fliperamas acabam.
Por trás de cada máquina, há uma fiação que leva a um mundo novo, uma estação central onde todos os personagens dos games se cruzam. Com representações impagáveis como a terapia dos vilões que dizem “sou mal e isso é bom”, o fim da luta em que Ryu e Ken do Street Fighter combinam de sair para comemorar e a utilização de códigos de jogos famosos, “Detona Ralph” tem encantado crianças e emocionado adultos que jogaram os games ‘pixelizados’ do Atari.
Mesmo assim, a animação não chega a ser digna do patamar ‘Disney/Pixar’, -- que, aliás, não assina esse projeto -- e fica estagnada, como aconteceu com “Bolt, o Super Cão”, apenas regular.
O filme se estende de forma cansativa e só se sustenta por causa das referências aos games, que dão um ânimo novo ao espectador.
Os personagens principais (Ralph e a jovem Vanellope) não são tão simpáticos e apaixonantes e só vão arrebatar o coração de quem assiste no fim, quando começam, no caso de Vanellope, a parar de irritar e despertam alguma emoção.
“Detona Ralph” não vai fazer ninguém se arrepender de ir ao cinema, mas falta um brilho que deixa o filme com uma sensação de ‘Game Over’.

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