domingo, 24 de fevereiro de 2013

Capas e matérias da série OSCAR 2013 do Viver&

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É HOJE!!!!! - Um ano para errar todos os pitacos

Sem unanimidades, surpresas podem apimentar festa
10 metros de largura e 150 metros de comprimento, o conhecido tapete vermelho chegou a Hollywood Boulevard na quinta-feira e foi colocado em seu devido lugar, o antigo Teatro Kodak, que hoje se chama Teatro Dolby.
Com nove filmes indicados na categoria Melhor Filme, o Oscar 2013 possui algumas curiosidades. “O Lado Bom da Vida”, por exemplo, é o único filme da edição com chances de conquistar o “Big Five”, as estatuetas de Melhor Ator, Atriz, Diretor e Roteirista. Além disso, é o primeiro em 30 anos a ser indicado nas quatro categorias de atuação.
Favoritismo. “Argo”, longa de Ben Affleck, é indicado em sete categorias, incluindo Melhor Filme, e é o favorito ao principal prêmio da noite. Também concorre na categoria Melhor Filme “As Aventuras de Pi”, que deve levar o Oscar de Melhor Fotografia e concorre ainda em outras 10 categorias. O filme custou U$ 120 milhões (R$ 240 mi) e já está entre as grandes arrecadações da história do cinema mundial, com US$ 576 milhões (R$ 1 bi).
Steven Spielberg também disputa as principais estatuetas com o longa “Lincoln”, estrelado por Daniel Day-Lewis, favorito ao Oscar de Melhor Ator e que, se receber o prêmio, será o primeiro na história a conquistar três vezes a principal categoria de atuação. “Lincoln” é o filme com mais indicações dessa edição, somando 12 possíveis estatuetas. Também na disputa por Melhor Ator está Hugh Jackman por seu ex-presidiário que busca a redenção em “Os Miseráveis”. Jackman está impecável em sua atuação e, se levar o prêmio, será o primeiro a recebê-lo por um musical desde 1964, quando Rex Harrison fez “Minha Bela Dama”.
Quentin Tarantino tem de novo o seu pupilo Christoph Waltz concorrendo ao prêmio de Ator Coadjuvante por sua atuação em “Django Livre”. O longa, que foi indicado em cinco categorias, provavelmente não levará nenhum prêmio hoje. A única categoria em que realmente pode levar a estatueta é a da indicação de Waltz.
Conhecida por ter desbancado o ex-marido James Cameron e levado os principais prêmios da Academia em 2010 com “Guerra ao Terror”, a diretora Kathryn Bigelow volta à disputa com “A Hora Mais Escura”, um novo filme com trama de guerra indicado em cinco categorias, e que tem boas chances de receber Roteiro Original e Melhor Atriz.
Surpresa. Ainda assim, uma pequena jovem tem chamado todos os holofotes para si. Quvenzhané Wallis é a mais nova mulher indicada na categoria Melhor Atriz da história do Oscar. Com apenas nove anos, ela carregou a história de “Indomável Sonhadora” nas costas e merece o prêmio. Entretanto, é improvável que a Academia o entregue a ela exatamente por ser muito nova.
O longa independente que furou o cerco comercial de Hollywood também recebeu outras três importantes indicações: Melhor Filme, Diretor (para o estreante Benh Zeitlin) e Roteiro Adaptado. E, sim, tem chance nas três.
Finalizando as indicações a Melhor Filme, há um drama francês de causar incômodo que foi considerado por muitos o melhor filme do ano. “Amor”, de Michael Haneke, concorre a outras quatro estatuetas, incluindo Diretor, Melhor Atriz e Roteiro Original, sendo a última categoria uma grande possibilidade.
Edição cheia de peculiaridades
Mesmo com menos indicações que “Lincoln”, “Argo”, filme do ator e diretor Ben Afleck, é o favorito a Melhor Filme da noite.
Se levar a estatueta, o longa vai entrar para a história como a quarta produção a receber o prêmio sem concorrer na categoria Melhor Diretor.
Quando a lista de indicados foi anunciada, no início de janeiro, a ausência do nome de Ben Affleck entre os concorrentes a Melhor Diretor gerou discussões e opiniões diversas em Hollywood, já que ele venceu prêmios como o Globo de Ouro, o Bafta e o do Sindicato dos Diretores exatamente na categoria de direção.
Outros. Além de “Argo”, outros três diretores que concorrem na categoria Melhor Filme não foram indicados para Melhor Direção. São eles: Kathryn Bigelow, por “A Hora Mais Escura”, Tom Hooper, pelo drama musical “Os Miseráveis” e Quentin Tarantino, por “Django Livre”.
Particularidades. Nesta edição, também estão reunidas a atriz mais jovem e a mais velha a concorrerem na categoria Melhor Atriz. Emannuele Riva, que completa 86 anos hoje (dia da premiação) e Quvenzhane Wallis, que possui 9 anos.
Seth MacFarlane, que será o apresentador do Oscar 2013, também é um dos concorrentes. Ele foi indicado na categoria Melhor Canção Original por “Everybody Needs a Best Friend”, da trilha de seu filme de estreia, “Ted”. Antes dele, apenas duas pessoas competiram no mesmo ano em que atuavam como apresentadores: Paul Hogan, como Roteirista por “Crocodilo Dundee”, em 1987, e James Franco, como ator por “127 Horas”, em 2011
Clique paraver a lista de indicados.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

OSCAR - Para fazer adulto chorar

Em 'Indomável Sonhadora', a atriz mais jovem a concorrer ao Oscar carrega o filme inteiro nas costas -e não decepciona
Quando a cena fecha um close up no rosto da jovem atriz Quvenzhané Wallis, com seus cabelos espetados, a sensação que dá é de que a câmera está trabalhando para ela, e não o contrário. A distorção quando o mesmo close é feito na menina de vestido azul e cabelos obrigatoriamente ‘domados’ no abrigo é de abrir um buraco no estômago. Wallis sabia perfeitamente o que estava fazendo.
Você nunca viu nada como “Indomável Sonhadora”, filme do diretor estreante Benh Zeitlin que concorre a quatro Oscars, incluindo Melhor Filme, Diretor e Melhor Atriz para Quvenzhané Wallis, a mais jovem indicada ao prêmio da história, com apenas nove anos.
Na história, Hushpuppy (Quvenzhané Wallis) é uma menina de apenas 6 anos que vive com o pai doente em uma comunidade miserável isolada às margens de um rio na Louisiana. Alcoólatra e explosivo, ele se recusa a procurar ajuda médica. Sempre preparados para a ‘Banheira’ – que é como chamam a comunidade — sumir sob a água, pai e filha acabam vivendo entre barracos e o barco improvisado na caçamba de uma caminhonete.
Ao som de folk, com ares de documentário e câmeras de mão, o longa surpreende logo na primeira cena, quando a voz da jovem narradora começa a expressar pensamentos. Diferente do que Hollywood costuma fazer com suas crianças prodígio, “Indomável Sonhadora” é um filme construído completamente pela perspectiva de Hushpuppy e por isso é tão encantador.
“Na Banheira tinha mais férias que no mundo inteiro”, diz a garota no prólogo, e a frase simboliza toda a forma de vida da comunidade. O povo, esquecido pelo governo e pelas pessoas da cidade (que construíram uma barragem separando os dois mundos), vive de forma primitiva, comendo o que a natureza oferece. Os dias na Banheira são sempre dias de festa, mesmo se alguém morrer, já que “na Banheira é proibido chorar”. Não há emprego com hora marcada, não há patrão, não há regras. Só sobreviver.
Com título original parecido com “Bestas do Sul Selvagem”, a tradução brasileira tentou focar o imaginário infantil cheio de sonhos da pequena Hushpuppy e errou de primeira. O filme não trata de sonhos, mas de uma vivência que chega a ser folclórica dos personagens, que creem na existência de criaturas mitológicas que vão ressurgir com o derretimento das geleiras, os aurogues.
A realidade dura da comunidade pelos olhos da garota não tem nada de sonhador ou sentimental. Hushpuppy precisa cuidar do pai, que o tempo todo lhe ensina o quanto a vida é cruel.
Wallis. Zeitlin encontrou em Quvenzhané Wallis o tom perfeito para seu filme. O diretor foi extremamente ousado ao apostar o peso de toda a produção nas costas da garota. No entanto, ela, como em uma cena do filme, abriu o peito, mostrou os músculos e disse: “Eu sou o homem aqui”. E como gente grande, o fez.
O longa fez lembrar o estilo de filme do diretor Terrence Malick (“A Árvore da Vida”) e também “Onde Vivem Os Monstros”, mas ainda assim é uma obra única. Digna, mesmo que com pouca possibilidade, de Melhor Filme, e forte candidata a Roteiro Adaptado e, sim, a Melhor Atriz, mesmo que seja improvável a Academia premiar uma criança, o que seria impreterivelmente merecido.
Ficha:
Indomável Sonhadora Diretor: Benh Zeitlin
Indicações: 3 Oscar
Avaliação: Excelente Chances de receber Melhor Atriz e Roteiro Adaptado
Assista ao trailer aqui.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

OSCAR - ‘Ao ver o corpo, ela chorou’

A Hora Mais Escura, indicado a cinco Oscars, concentra numa mulher sentimentos dos EUA por Bin Laden

Uma tela preta e sons, diversos sons. Do outro lado da linha, alguém atente ao telefone. Uma jovem diz que algo aconteceu, que não consegue ver nada, está muito calor. A atendente pede calma e afirma que o resgate chegará logo. Ela insiste sobre o calor, pede socorro e, em certo momento, as palavras cessam.
O espectador sabe, mesmo no escuro, que aquela voz perturbadora é de alguém que acabou de morrer no World Trade Center e que o dia é 11 de setembro de 2001.
“A Hora Mais Escura”, filme da premiada diretora Kathryn Bigelow e indicado a cinco Oscars, retoma a história dos ataques terroristas sofridos pelos EUA naquele 11 de setembro e que deram início à uma época de medo e paranoia do povo americano em relação ao inimigo, onde todos os esforços foram realizados na busca pelo líder da Al Qaeda, Osama bin Laden.
Nesse contexto, Maya (Jessica Chastain) é uma agente da CIA que está por trás da captura de Laden. Ela participa efetivamente da operação que levou militares americanos a invadir o território paquistanês, com o objetivo de capturar e matar Bin Laden.
Trama. Em “A Hora Mais Escura”, Bigelow retoma o assunto de “Guerra ao Terror” (que levou o prêmio de Melhor Filme em 2010, além de outras cinco estatuetas) por um outro ângulo. Enquanto ela focava o ‘mãos a obra’ da guerra no seu longa anterior, com um protagonista que trabalha desarmando bombas, neste filme ela resume a luta para encontrar um homem nos computadores -- e torturas pouco forçadas.
O longa gera a reflexão do cominho que a tecnologia está seguindo e questiona: se uma guerra pode ser feita por computadores, de que forma saberemos que ela acontece?
Em “A Hora Mais Escura”, a violência fica quase toda na cabeça do espectador. Você vê o rosto machucado do torturado, mas não vê o soco sendo desferido. Nesse ponto, a diretora soube magistralmente equilibrar o seu objetivo e a trama, que precisava mostrar os conhecidos “interrogatórios reforçados”, mas não queria que fosse essa a lembrança mais marcante.
Dessa forma, Bigelow mantém uma inteligência fria durante todo o longa, fazendo os próprios torturadores parecerem apenas funcionários realizando com normalidade um serviço pelo qual foram designados.
Maya. “A agente da CIA que havia passado os últimos cinco anos tentando encontrar Bin Laden aguardava a chegada da tropa. Ao ver o morto, ela chorou”, escreveu Mark Owen no livro “Não Há Dia Fácil”.
Indicada a Melhor Atriz, Jessica é Maya, a tal agente da CIA responsável por encontrar o terrorista. Ela carrega todo o sentimento do país dentro de si e o faz de forma contida, mas que torna as reações, as frustrações e a evolução do personagem perceptíveis.
O filme é longo e cansativo se quem o assistir não se informar anteriormente, mas tem grandes chances de receber Melhor Roteiro Original, Melhor Filme e Melhor Atriz.
Ficha
A Hora mais Escura
EUA, 2012
Diretor: Kathryn Bigelow
Indicações: 5 Oscar
Avaliação: Ótimo
Chances de receber Melhor Filme, Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz
Trailer aqui.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

OSCAR - Redenção em forma de melodia

Indicado a oito Oscar, 'Os Miseráveis' é um deleite para os olhos e um teste de resistência aos ouvidos
Certa vez, Ruy Castro escreveu uma opinião interessante sobre musicais.
O jornalista citou pessoas que criticam o alto grau de profissionalismo dos cantores que fazem os filmes parecerem irreais soltando a voz no meio da rua, sendo acompanhados por outros que se contagiaram, passarinhos que assoviam no ritmo da melodia e mendigos dançarinos que, no fundo, saíram da academia Bolshoi.
Quanto a isso, o escritor deu seu sermão ríspido, respondendo: “É assim porque é um musical”. E no quesito musical, o longa “Os Miseráveis”, indicado a oito Oscars, é o cúmulo do cantante.
O filme é uma adaptação da Broadway, que por sua vez foi inspirada na clássica obra do escritor Victor Hugo. A história se passa em plena Revolução Francesa do século 19. Jean Valjean (Hugh Jackman) é um presidiário liberto que resolve fugir das obrigações da condicional e começar uma nova vida de redenção, mas é incansavelmente perseguido pelo inspetor Javert (Russell Crowe), um homem que acredita na lei acima de tudo.
Provavelmente cansado dos 119 minutos de gagueira de George 6º em “O Discurso do Rei”, vencedor de quatro Oscars em 2011, o diretor Tom Hooper resolveu que as palavras não seriam mais seu problema e transformou praticamente todas as falas de “Os Miseráveis” em música.
Atuações. Em “Os Miseráveis”, atores que não são profissionais em canto soltam o gogó ao vivo, sem gravações externas em estúdio, e transformam a trama em uma melodia dramática eterna. E põe eterna nisso: o filme tem quase 2h40 de cantoria sem fim.
Ainda assim, a força física do longa é impressionante. Dividido em três atos, temos um Jean Valjean fugitivo, um segundo Valjean que recupera o fôlego da vida com a família, e um terceiro Valjean em seus últimos instantes de vida, após um breve tempo de paz. E, no meio de três épocas distintas, o espectador vê o ator Hugh Jackman no momento mais amadurecido de sua carreira.
Anne Hathaway está praticamente com as mãos coladas à estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante por seu solo em close up de “I Dreamed a Dream”. Russell Crowe parece um tanto desconfortável no papel de Javert, mas ainda assim faz uma bela performance.
Destaque para o casal de picaretas Madame e Monsieur Thénardier, que dão humor e ritmo ao ‘longo longa’ em diversos momentos com a interpretação sempre marcante de Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen. Já o par romântico Cosette e Marius, mesmo contando com a voz perfeita de Amanda Seyfried, não vingou.
Um show infantil a parte também ficou a cargo de Daniel Huttlestone como Gavroche, o garoto que recolhe balas entre os móveis das barricadas da Revolução.
Com um elenco de não cantores tão bem afinado –- mesmo que desafinado em algumas notas --, Hooper transformou a miséria em espetáculo a ponto das cenas ficarem belas e ricas, por mais sujas que estejam.
Por fim, temos um filme de cenários e figurinos belíssimos, classudo e pesado, com direito a interpretações memoráveis e uma overdose musical de dar vontade de não ouvir nada por dias após os créditos finais. Enfim, o espectador deve ver o longa com o espírito de quem vai a uma ópera.
Chances. “Os Miseráveis” é digno de receber Melhor Filme, mas não deve levar: para ser bom não se pode ser cansativo demais. Ainda assim, a aposta é alta para Melhor Figurino e Mixagem de Som (já que não deve ter sido fácil juntar todas as vozes gravadas durante as cenas e encaixar a melodia). Hugh Jackman provavelmente vai estar em um páreo duro contra Daniel Day-Lewis (“Lincoln”) para Melhor Ator.
Ficha
Os Miseráveis, Reino Unido, 2012 Diretor: Tom Hooper
Indicações: 8 Oscar
Avaliação: Excelente.
Forte candidato aos prêmios de Melhor Ator e Melhor Figurino
Trailer aqui.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

OSCAR - Ele dirá: ‘Argo Fuck Yourself’

Se eleito melhor filme, Ben Affleck pronunciará o jargão de Argo com a boca cheia aos outros candidatos
O mundo está momentaneamente apaixonado por Ben Affleck -- mesmo sem ser o mocinho que surgiu nas telonas como par romântico de Liv Tyler --, e não é por menos. Affleck conseguiu com “Argo”, filme em que é diretor e foi indicado a sete Oscars, provar que tem credibilidade para estar entre os grandes.
No longa, o Irã está em ebulição em 1979, com Khomeini chegando ao poder. Protestos contra americanos em Teerã são comuns, já que o país deu asilo político ao antigo governante.
A embaixada dos EUA acaba invadida e seis diplomatas americanos conseguem escapar, indo se refugiar na casa do embaixador canadense. A melhor opção para resgatá-los é apresentada por Tony Mendez (Ben Affleck), que sugere a produção de um falso filme no Irã para que os diplomatas consigam fugir como parte da equipe. O nome do filme? Argo. E este é, sem dúvida, um dos melhores filmes dessa ‘safra’.
Logo nos primeiros minutos, o espectador se prende à trama e não consegue se desvencilhar. “Argo” é uma perfeita reconstrução da década de 1970 desde o ritmo do filme, que segue um estilo clássico, sem influência pop, até nos detalhes da direção de arte.
Experiência.Com um Ben Affleck amadurecido que poderia dar a si o papel de herói supremo da história, mas que prefere se conter em um personagem importante, que é mais responsável por tecer a continuidade do que pela emoção, o diretor encontrou em “Argo” a melhor execução de sua carreira até o momento.
Ao fazer um filme político que escolhe mostrar o lado estadunidense, mas não esquece de reforçar as intervenções americanas no Irã, Affleck provou não ter medo de encarar o governo e se apropriou de uma história real para mostrar sua paixão pela indústria cinematográfica e refletir essa paixão em uma obra-prima de ação, suspense e comédia -- o que, diga-se de passagem, não é algo fácil de equilibrar.
Há ainda o melhor do estilo ‘filme dentro do filme’ e, para completar, Affleck presenteia o espectador com uma desesperada cena final, digna de clássico dramático com a mesma sensação de tirar o fôlego do carrinho de bebê na escadaria de “Os Intocáveis” (1987).
Argo”, com um conjunto marcante, mas sem destaques isolados, é favorito na categoria Melhor Filme e, talvez, Roteiro Adaptado.
Ficha
Argo
EUA, 2012
Diretor: Ben Affleck
Indicações: 7 Oscars
Avaliação: Excelente Forte candidato aos prêmios de Melhor Filme e Roteiro Adaptado
Trailer Aqui.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

OSCAR : Ele faz a história

Tarantino reforça seu cinema em 'Djando' e, com cinco indicações, prova que não precisa ser realista para ser grande
Alguns diretores conseguiram, além de emoldurar as mãos na calçada da fama, assinar seus nomes na história do cinema. Fixado junto a Hitchcock, Scorcese e Kubrick na lista de célebres reforçadores de personalidade, atualmente o diretor hollywoodiano com a assinatura mais original é Quentin Tarantino.
Seus longas são carregados de humor, violência, trilha sonora marcante, diálogos longos e inteligentes, misturam o cult com o popular e possuem um sangue tão característico que chega a ser citado, por vezes, como “vermelho à la Tarantino”.
Dessa forma, os fãs que foram aos cinemas em janeiro assistir a “Django Livre”, indicado a cinco Oscars, não tiveram do que se decepcionar. Mesmo assim, o longa provavelmente desperte mais amor em quem segue o diretor do que nos jurados da Academia no domingo.
No filme, Django (Jamie Foxx) é um escravo liberto pelo caçador de recompensas alemão Dr. King Schultz (Christoph Waltz). Schultz está em busca de alguns assassinos que apenas Django reconheceria e, por isso, os dois iniciam uma parceria. No entanto, tudo o que o ex-escravo quer é libertar sua esposa, e Schultz promete ajudá-lo. A busca por Broohmilda os leva a Candyland, a fazenda do rico Calvin Candie (Leonardo DiCaprio) que usa escravos para lutar e ganhar dinheiro -- e que é dono da esposa de Django.
Histórico. Tarantino tem, fora as características de estilo já citadas e que são permanentes, um foco que de tempos em tempos muda. Em “Pulp Fiction, Tempos de violência” (1994) e “Cães de Aluguel” (1992), por exemplo, o diretor se preocupou em testar todas as possibilidades que o cinema -- falando em estrutura -- lhe permitia.
O alvo era a experimentação, não a história, por mais que instigasse a reflexão. Em “Kill Bill”, vol. 1 (2003) e 2 (2004), o diretor apresentou a sua paixão pelas mulheres e pelos artifícios estilísticos do cinema, enquanto também demonstrava preocupação com a narrativa. Com “Kill Bill”, ele descobriu a vingança e a transformou em seu melhor filme, que ele mesmo sabia o ser ao adicionar a frase final de Brad Pitt ao roteiro de “Bastardos Inglórios” (2009), quando diz: “Acho que esta é minha obra-prima”.
“Django” é uma evolução do cinema de Tarantino. É repleto de referências ao faroeste spaghetti que o diretor tanto adora, com um refinamento plástico de deixar a dancinha clássica do Mr. Blonde sem graça. Mas é, também, um mais do mesmo de “Bastardos Inglórios” e não deve levar prêmios.
Negativo. O filme é muito longo e, ao contrário de “Bastardos” -- que gera tensão com o tempo estendido das cenas --, “Django Livre” não causa a mesma impressão. O longa possui tantos personagens complexos com histórias e interpretações interessantes que o espectador se confunde com quem é o protagonista, o que acaba dando menos força ao foco da trama, o escravo Django.
Até pouco mais da metade do longa-metragem, o que se vê é um filme completamente construído em torno do ator Christoph Waltz, que ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pela interpretação do Coronel Hans Landa de “Bastardos Inglórios” em 2010 e, junto com a estatueta, virou o ‘menino dos olhos’ de Quentin Tarantino, recebendo uma nova indicação na mesma categoria por Schultz, neste ano.
Já a reconstrução da própria história ‘à la Tarantino’ é algo que os fãs adoram, mas que a Academia não costuma premiar. “Bastardos”, mesmo sendo a obra-prima do diretor, mudou o final real da história e assassinou Hitler e diversos nazistas em um incêndio dentro de um cinema.
O longa recebeu sete indicações ao Oscar, mas só levou o de Ator Coadjuvante, reforçando que os jurados se interessam por ficções, mas ainda preferem histórias que pareçam mais realistas.
Fugir completamente do final original da história e ainda assim se tornar um filme consagrado foi algo que mostrou a força de Tarantino, que agora simplesmente pode filmar o que desejar. Por esse motivo, em “Django”, ele fez questão de mostrar o quão ‘não realista’ queria ser nas cenas finais de batalha, quando cabeças explodem ao som de bolhas estourando.
Positivo. O filme de Tarantino é um forte candidato a levar a estatueta de Ator Coadjuvante novamente, com Christoph Waltz, mas ele vai disputar com Robert de Niro, e a briga vai ser boa. “Django” não deve levar Melhor Filme e nem outras categorias -- há uma pequena chance em Edição de Som.
Ficha:
Django Livre
EUA, 2012
Diretor: Quentin Tarantino
Indicações: 5 Oscars
Avaliação: Ótimo Forte candidato ao prêmio de Ator Coadjuvante
Veja trailer aqui.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

OSCAR: Um amor com os pés no chão

Longa francês indicadoa cinco estatuetas é um soco de realidade com um romance de fazer chorar
Se na partitura pausa também é música, no cinema silêncio é trilha sonora. E, nesse quesito, “Amor”, indicado a cinco Oscars -- entre eles Melhor Filme, Diretor e Melhor Filme Estrangeiro --, deveria ter sido indicado também na categoria.
Produção francesa do austríaco Michael Haneke (“A Fita branca”, “Violência Gratuita”), o longa tem como foco a vida de um casal de idosos. Certo dia, a mulher sofre um derrame e fica com um lado do corpo paralisado. Eles, então, precisam passar por graves obstáculos que colocam o seu relacionamento em teste.
Fica mais fácil imaginar a trama de “Amor” se compará-lo ao romance água com açúcar “Diário de Uma Paixão”. Tire todas as declarações e reencontros românticos de perder o fôlego e o que sobra? Uma doença devastadora e a luta de um marido dedicado e amoroso. Pronto, esse é o longa de Haneke.
O diretor é conhecido por filmes duros e realistas, o que, mesmo tentando muito, não conseguiu manter neste longa. “Amor” é sim uma história com tons reais, mas está repleta de sentimento. Logo no início do filme, quando o espectador se encontra olhando o público de um teatro a encará-lo, Haneke antecipa suas intenções. É como se quem assiste fosse visto pelos atores, provando que a história pode ser de qualquer um. Esta, aliás, também é uma das poucas cenas onde há música, já que a história é contada pelo silêncio.
Vazio. Com duas horas de duração, o filme acontece lento entre as quatro paredes do confortável apartamento de Anne e George, reforçando, nesse cenário reduzido, a relação dos dois. Planos com cômodos sem vida, mas bem decorados, ressaltam a solidão do casal, que se basta. Uma pomba que entra pela janela diversas vezes, como faria em prédios abandonados, reforça o vazio.
Contudo, o filme é uma história de amor arrebatadora, de luta pela dignidade de quem se ama, de aceitação e comprometimento. O espectador, que sabe desde o início o desfecho do longa, recebe o final como um golpe no estômago e ainda assim sorri. E Haneke atinge seu objetivo: a reflexão.
“Amor” tem grandes chances como Melhor Filme Estrangeiro e, por isso, provavelmente não receberá a estatueta de Melhor Filme. Ainda assim, o longa é uma boa aposta para os prêmios de Melhor Diretor e um merecido Melhor Atriz para Emmanuelle Riva.
Ficha Amor (original Amour)
França, 2012
Diretor: Michael Haneke
Indicações: 5 Oscars
Avaliação: Excelente
Chances de receber a estátua de Melhor Filme Estrangeiro, Diretor e Atriz

sábado, 16 de fevereiro de 2013

OSCAR - As Aventuras de Pi: Ang Lee aprimorou a obra divina

Filme indicado a 11 estatuetas consegue, graças aos recursos digitais, fazer o espectador enxergar a divindade.
Não é de hoje que diretores e atores indianos têm conseguido fãs no mundo cinematográfico, mas nunca um livro sobre a cultura asiática sofreu tantas tentativas de adaptação para Hollywood como “A Vida de Pi”, de Yann Martel. E as empreitadas, antes infundadas, para transformar em filme a história, foram agraciadas por uma obra que dependia do tempo e da tecnologia -- hoje disponíveis no cinema -- para acontecer. O resultado foi “As Aventuras de Pi”, filme indicado a 11 Oscars.
O longa retrata a história de Pi Patel, o filho do dono de um zoológico localizado em Pondicherry, na Índia. Após anos cuidando do negócio, a família decide vender o empreendimento e se mudar para o Canadá. Para isso, vende todos os animais.Entretanto, o cargueiro onde viajam com algumas espécies acaba naufragando devido a uma terrível tempestade. Pi consegue sobreviver em um bote salva-vidas, mas precisa dividir o pouco espaço disponível com uma zebra, um orangotango, uma hiena e um tigre de bengalas.
Adaptar uma história que acontece dentro do mar envolvendo um jovem, um tigre de bengalas e um bote parece loucura, mas o diretor Ang Lee o fez -- e fez com maestria.
Se no livro de Martel a proposta é apresentar um relato que fará quem escuta acreditar em Deus, o diretor conseguiu no filme, graças aos recursos digitais, fazer o espectador enxergar a divindade.
Detalhes. A trama, narrada por um Pi Patel já adulto, não tem grandes mudanças de enredo. Logo no início do filme já se sabe que o garoto náufrago consegue se salvar, ou, de outra forma, como ele poderia contar o que passou? Mas é exatamente aí que o trabalho minucioso de Ang Lee entra.
Não é no início ou no fim, mas sim no meio da história, no que acontece do momento em que Pi entra no cargueiro até a hora que encontra terra firme, ou seja, os 227 dias que passou em alto mar na companhia de Richard Parker, o tigre. E o roteiro foi tão bem adaptado que até a descoberta surpreendente do espectador/leitor de que Richard Parker é um animal é mantida. Até este momento, tudo indica, pelo carinho e proximidade com que Pi trata Parker, que é um ser humano.
Os detalhes da trajetória delicada de Pi foram amplamente explorados pelo roteirista David Magee, que fez questão de mostrar lentamente as dificuldades e o definhamento do personagem em alto mar, revezando o momento com lembranças e histórias que funcionam como a muleta que faz a composição andar.
Ang Lee completa a obra com um retrato preciso do que foi descrito e adiciona o toque tecnológico que resultou em uma das fotografias mais belas da história da sétima arte, relembrando o que foi o burburinho gerado pelo revolucionário “Avatar”, de James Cameron, em 2010.
Positivo. Além dos efeitos, o filme, que deixa o final aberto para a conclusão ser tirada pelo espectador, faz o tom fictício da trama se tornar compreensível ao ser visto do ponto de vista psicológico de um garoto que precisa sobreviver, apesar das condições. Os jurados da Academia gostam desse tipo de filme.
Foi a linha entre real e imaginário a responsável pelas seis indicações ao Oscar que o longa “O labirinto do Fauno”, do mexicano Guillermo del Toro, recebeu em 2007 e, das seis, ele levou três.
Por isso, “As Aventuras de Pi” é candidato favorito ao prêmio de Melhor Fotografia, mas pode ainda levar Roteiro Adaptado e Efeitos Visuais. O título de Melhor Filme, se analisado o passado da Academia, não será entregue a ele, já que produções realistas são preferidas nessa categoria.
Ficha: As Aventuras de Pi
EUA, 2012
Diretor: Ang Lee
Indicações: 11 Oscars
Avaliação: Excelente
Favorito ao prêmio de Melhor Fotografia

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

OSCAR - Lincoln: sem excessos e emoção

Filme de Spielberg deixa de lado produção estratosférica e se destaca ao discutir política
O cinema, inicialmente, era classificado apenas como ferramenta de entretenimento, sem profundidade e direção a ser seguida. Hoje, mais de 90% do que encontramos nas salas de exibição continuam sendo fiel à antiga classificação, mas ainda assim existe um contingente de cineastas que percebeu na sétima arte uma forma de questionar e ensinar a sociedade, saindo do perímetro de entretenimento e atingindo um outro patamar, seja social ou histórico.
É esse patamar que Steven Spielberg alcançou com “Lincoln”, indicado a 12 estatuetas no Oscar deste ano.
“Lincoln” foi baseado no livro “Team of Rivals: The Genius of Abraham Lincoln”, de Doris Kearns Goodwin, e se passa durante a Guerra Civil norte-americana. Ao mesmo tempo em que se preocupava com o conflito, o 16º presidente norte-americano, Abraham Lincoln (interpretado por Daniel Day-Lewis), trava uma batalha pessoal em Washington. Ao lado de seus colegas de partido, ele tenta aprovar uma emenda à Constituição dos Estados Unidos da América que abolirá a escravidão.
Brasil. O filme foi aclamado por tabloides dos quatro cantos dos EUA, mas não foi tão bem recebido no Brasil por motivos óbvios. “Lincoln” é uma produção norte-americana para norte-americanos, é uma reflexão política do país e encanta quem entende e se interessa pelo assunto, mas não consegue entreter.
A cena inicial é uma batalha ao estilo “O Resgate do Soldado Ryan” que deixou vários fãs com a expectativa a mil. Mas ao invés de seguir o ritmo que fez o diretor levar cinco estatuetas para casa em 1999, Spielberg preferiu cortar a guerra ao meio e logo no diálogo que sucede a cena ele mostrou a que veio.
“Lincoln” é um filme controlado que propõe retratar a trajetória política e pessoal de um dos maiores presidentes do EUA. Excessos e tentações cinematográficas ficaram fora da produção.
Isso, aliado à distância da história dos EUA com a do Brasil, faz de “Lincoln” um filme cansativo aos olhos tupiniquins, uma produção que causa emoção apenas na cena em que o congresso vota a tal emenda que acaba com a escravidão proposta pelo presidente. Essa, sim, é uma cena digna da grandiosidade e do que se espera do nada comedido Spielberg.
Positivo. Alheio à cena, o filme é baseado em alguns ótimos diálogos (como a conversa inicial entre soldados negros e Lincoln, quando é recitado parte de um dos mais marcantes discursos do presidente) e na ousadia de Spielberg em mostrar que até um dos governantes mais queridos da história pode se envolver com corrupção.
Mas, principalmente, “Lincoln” é baseado na excelente interpretação dos atores envolvidos. Daniel Day-Lewis já deixou de ser uma promessa promissora do cinema para sentar-se ao lado dos grandes e, neste longa, ele veste a carcaça do presidente americano como se ela já pertencesse a ele há anos, com uma naturalidade de encantar.
Vendo Lincoln assim, como propôs Spielberg e como abraçou Lewis, o grande homem -- literalmente -- parece mais original do que aquele impresso nos dólares americanos. Vale dar créditos também a Tommy Lee Jones, que deixa seu perfil humorístico de lado para roubar a cena em diversos momentos do longa.
“Lincoln” é claramente um filme com ‘cara de Oscar’: classudo, grandioso. E, por isso, tem muitas chances de receber estatuetas, até porque a Academia e o prêmio são americanos e estão inseridos naquela realidade. A aposta é principalmente e irrevogavelmente no prêmio de Melhor Ator (Daniel Day-Lewis), sendo seguida pelos possíveis Figurino e Direção. Mas, ainda assim, Spielberg segurou tanto a mão que pecou na falta de emoção, o que pode não dar ao longa o prêmio de Melhor Filme.
FICHA: Lincoln
EUA, 2012
Diretor: Steven Spielberg
Indicações: 12 Oscars
Avaliação: Bom
O filme tem grandes chances de levar o prêmio de ‘Melhor Ator’ (Daniel Day-Lewis)
Veja o trailer aqui.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

OSCAR - O lado bom de ser simples

Se preparando para o Oscar?? O Cine Rosebud traz um especial por dia da lista de Melhores Filmes. Confira.
Ele tem problemas, ela tem problemas. Mas quem não tem? Ele a acompanha até em casa após um jantar de amigos, e ela o convida para fazer sexo. Ele nega, ela se incomoda, os dois não se dão. E começa então uma história de amor. Essa poderia ser a sinopse de qualquer comédia romântica hollywoodiana e é exatamente assim que “O Lado Bom da Vida”, filme indicado a oito Oscars, deve ser classificado. Mas, então, o que tem esse roteiro específico que o qualifica a tantas indicações? Nada. Mas, ele tem bons atores. O longa conta a história de Pat (Bradley Cooper) a partir do dia que ele sai do sanatório onde esteve durante oito meses. Pat espancou um homem quase até a morte ao vê-lo com sua mulher. Obcecado pela ideia de retomar sua vida, ele tenta viver uma rotina normal até que conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), uma mulher também problemática que oferece ajuda em troca de ele formar com ela um casal em um concurso de dança.
Positivo. Em “O Lado Bom da Vida”, Cooper mostra que não é apenas um rosto bonito que faz piadas em “Se Beber Não Case”, enquanto Lawrence tem sido apontada como a nova queridinha da Academia. É bom adiantar que o estardalhaço em torno da moça não faz jus ao personagem, que é muito bem interpretado, mas não excede o comum.
Aliás, o longa é composto de histórias e pessoas comuns, sendo a simplicidade o que o torna tão realista e interessante. Os problemas que cada um carrega fazem o espectador se identificar com personagens que seguem suas vidas apesar do passado, dos vícios, medos e de uma sociedade taxativa. E é durante uma rotineira discussão, uma briga em um jogo de futebol ou na comemoração por uma nota ruim de dança, que o espectador enxerga as tais boas coisas de que o filme fala. “É só estar atento aos sinais”, diria Tiffany.
Negativo. Mesmo com a interpretação emblemática que há muito não se via de Robert de Niro como pai de Pat e as aparições sempre divertidas e incomuns -- por não serem escrachadas -- de Chris Tucker, o filme não tem grandes chances no Oscar como Melhor Filme ou como qualquer uma das outras categorias. Mas vale a chance de, quem sabe, se surpreender no dia 24 apostando em um longa que pode não ganhar os prêmios, mas vai render duas horas de uma boa sessão terapêutica de cinema com pipoca.
Ficha:
O Lado Bom da Vida
Diretor:David O. Russell
Indicações:8 Oscars
Elenco: Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Robert de Niro
Avaliação: Ótimo. Sem grandes chances de premiação, talvez ator coadjuvante (De Niro)
Trailer aqui.