segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Scorsese setentão para iniciantes

No mês que Martin Scorsese faz 70 anos relembramos alguns filmes do diretor que você já deveria ter visto
Ele queria ser padre, mas se apaixonou pelo cinema - para nossa sorte. Se preparou seis vezes para caminhar no tapete vermelho, mas agarrou a estatueta do Oscar apenas em 2006, com indícios de o prêmio despertar a inimizade do público, se a Academia não o fizesse.
Martin Scorsese comemora sete décadas, mas você ainda não tem opinião formada sobre os filmes dele? Seus problemas acabaram! É só correr para a locadora com a lista abaixo e recuperar o tempo perdido. São cinco filmes de tirar o fôlego que não devem ser esquecidos, ou que precisam começar a ser lembrados.
Taxi Driver (1976). Foi o primeiro dos oito longas em que Scorsese dirigiu Robert de Niro, seu pupilo. A obra influenciou gerações de diretores e marcou época em Hollywood. A história do motorista de taxi que se revolta com a sociedade sem dúvida vai te incomodar por dias. Vale lembrar da atuação espetacular da jovem Jodie Foster neste filme.
Touro indomável (1980). A história da ascensão e decadência em preto e branco do lutador Jake LaMotta é um misto de clássico que não envelhece com algo inquietador e apaixonante. Robert De Niro levou o Oscar de melhor ator atuando de forma brilhante como o autodestrutivo protagonista. Para viver o personagem, o ator treinou boxe por um ano com o próprio LaMotta e engordou 25 quilos.
Cabo do Medo (1991). Você vai roer as unhas, contar os minutos e torcer para que a agonia acabe ao assistir Cabo do Medo. Robert De Niro volta a trabalhar com Scorsese na pele de um psicopata que quer vingança. Em poucas palavras, o personagem de De Niro não quer apenas se vingar, ele vai até as últimas consequências para transformar a vida de uma família em um inferno.
Os Infiltrados (2006). Início de uma nova parceria que tem dado certo, este filme traz Leonardo Di Caprio e grande elenco para as telonas como os mafiosos de uma nova era. O filme, que é ação e surpresa do começo ao fim, finalmente deu a Scorsese seu primeiro Oscar como diretor.
Ilha do Medo (2010). Psicológico e surpreendente, Ilha do Medo te leva para um hospital psiquiátrico em busca de um paciente desaparecido, mas essa é só a ponta do iceberg desse suspense que deve ficar entre os seus preferidos. Novamente Leonardo Di Caprio e Scorsese acertaram na dose e no roteiro.
Alice Não Mora mais Aqui, Os Bons Companheiros, Gangues de Nova York, O Aviador ou o premiado A Invenção de Hugo Cabret. A lista de bons filmes não acaba por aqui, mas esse é só um ‘aperitivo Scorsese’ para quem quer embarcar nas tramas complexas deste diretor que trabalha a fundo os dramas do ser humano, a fé, a violência e os sonhos nas mais diversas situações. Depois de ver esses cinco filmes, sem dúvida, você não vai querer parar. Afinal, são 70 anos de vida e de boas histórias.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Vampiros pra que te quero!

Eles foram repaginados, são selvagens, sedutores, brilham no sol e bebem sangue, mas nenhum é melhor que o original
É noite, provavelmente de lua cheia. Entre a névoa um castelo antigo e negro seduz para um caminho sem volta. No quarto mais alto um homem de caninos afiados, postura hierárquica e vestindo capa está parado, observando silenciosamente pela janela. Não, não é o Batman. O personagem descrito acima tem mais de 100 anos e, de acordo com a história, se não tiver uma estaca enfiada no peito e a cabeça cortada, viverá para sempre.
Na semana da estreia mundial de Amanhecer – Parte II outro vampiro resolveu não sair do caixão e ofuscar o brilho cintilante dos personagens da autora Stephenie Meyer. Mas é preciso lembrar que sem ele o romance de Edward e Bella poderia ser mais um Romeu e Julieta contemporâneo. Portanto, é importante não esquecer que o filme Drácula de Bram Stoker, do diretor Francis Ford Coppola (O Poderoso Chefão), completou 20 anos no dia 15.
Coppola foi o único diretor de cinema a retratar de forma verossímil a história de Bram Stoker, autor do livro Drácula (datado de 1897) e principal popularizador de vampiros. Na trama, um guerreiro perde a noiva, que se suicida ao receber uma carta falsa alertando sobre a morte do rapaz. Desesperado, ele renega a Igreja por não querer enterrá-la e termina como um morto-vivo perambulando pelo mundo até encontrar a reencarnação da mulher que amou através dos séculos.
Filmes de vampiros têm sido feitos desde 1922, quando o diretor alemão Friedrich Wilhelm Murnau transportou Drácula para as telonas com o temível Nosferatu e uma década depois Tod Browning dirigiu o memorável Drácula do ator Bela Lugosi (1931). A criatura mudou com as produções posteriores mantendo, muitas vezes, apenas a essência: imortalidade e sede de sangue. Atualmente podemos escolher nosso tipo preferido de vampiro. Temos os sedutores Lestat (Tom Cruise) e Louis (Brad Pitt) de Entrevista com Vampiro (1994), o convertido e vegetariano Edward de Crepúsculo (2008), os sanguessugas geneticamente alterados de Blade, O Caçador de Vampiros (1998) até os selvagens sedentos de 30 Dias de Noite (1997). A lista é ainda maior, porém podemos encaixar todos os outros em alguma dessas características. Todos, menos Drácula.
O conde que tornou a Transilvânia conhecida tem algo que nenhum outro vampiro possui e que Coppola retratou de forma encantadora em sua produção artesanal de 1992 que arrebatou três Oscars. Drácula de Bram Stoker é sinistro, perturbador, seco e apaixonante. Não é um filme para qualquer um e certamente não caiu no gosto popular, mas tem o que apenas os clássicos e o mais recente Entrevista com Vampiro possuem: Puro sangue. Ao assisti-lo estamos condenados a lapsos de cenas que retornam a memória de forma inconsciente. O jeito é aceitar e deixar o vampiro-mór ficar. Afinal, Drácula não é um homem para ser esquecido, mas sim imortalizado tal qual manda o figurino

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Uma estreia de dar o sangue

Prepare-se para o apocalipse vampírico das filas no cinema
“Edward era um vampiro. Havia uma parte dele- e eu não sabia o quão poderosa ela poderia ser- que tinha sede do meu sangue. Eu estava incondicionalmente e irrevogavelmente apaixonada por ele.” Três frases impressas nas costas de um livro, um amor acima de qualquer barreira e uma legião de fãs.
A saga Crepúsculo seleciona seus leitores pelo nível elevado de borboletas no estômago a cada frase. Com os livros, a escritora americana Stephenie Meyer arrebatou o 49º na lista da revista Time das "100 pessoas mais influentes em 2008" e foi classificada pela Forbes como a 59º celebridade mais poderosa do mundo.
Mas desde quando o primeiro livro foi lançado, em 2005, a história tem dividindo opiniões entre o romântico e o excesso de fantasia. Na trama, a jovem Bella Swan se muda para a cidade de Forks, em Washington, onde conhece Edward Cullen, que não sai de sua cabeça. Com o tempo Bella descobre que Edward é o genro que nenhum sogro queria ter: vampiro, ele tem sede de sangue, do sangue dela. O casal se embrenha em um romance arrebatador e proibido, envolvendo lobisomens, clãs respeitados de vampiros, casamentos e, sim, filhos meio humanos, meio sugadores de sangue.
Edward Cullen é a visão do homem ideal, para Bella e para as leitoras, e é isso, unido a impossibilidade desse romance, que prende a atenção na leitura em cada página. Há ainda um lobisomem musculoso, brincalhão e igualmente apaixonado pela jovem. O triângulo amoroso tem tirado suspiros em todo mundo e inspirando novos autores no desbravamento de romances contemporâneos.
O primeiro filme, que teve um baixo orçamento (US$37 mi), não era uma produção com grandes expectativas. Repleto de efeitos ruins, roteiro mal finalizado, cortes confusos e uma trilha que não se encaixa, Crepúsculo foi aclamado pelos leitores, mas odiado por quem nunca tinha aberto o livro. Mesmo assim, arrecadou só na primeira semana US$35 milhões e recebeu carta branca da produtora Summit Entertainment para a continuação, Lua Nova. Aliás, dos muitos que ganharam com a franquia, a Summit é a que menos pode reclamar. A adaptação colocou a produtora, até então mediana, entre as grandes empresas cinematográficas de Hollywood.
Os outros três filmes da franquia (Lua Nova, Eclipse e Amanhecer – Parte I) tiveram um ganho em orçamento (US$50mi, US$70mi e US$ 130mi, respectivamente) e principalmente em qualidade. Amanhecer - Parte I, lançado em novembro do ano passado, arrecadou US$80mi só na primeira semana e o último filme da série promete uma nova maratona de cifrões.
Em todo o país, sites especializados na saga estão promovendo encontros pré-sessão de estreia, produzindo camisetas, placas, fazendo contagem regressiva e criando promoções como se a estreia fosse o evento do século. Quem quiser ver o filme logo na primeira semana é bom preparar o acampamento, levar comida enlatada, água e barrinha de cereais pois as filas por ingressos prometem virar quarteirões. Vai ser uma overdose vampírica mundial, com direito a batalhas épicas pela melhor poltrona. E atenção, para quem vai aproveitar a sessão de Amanhecer – Parte II é bom esperar o fim dos créditos. Parece que há surpresas por aí. Boa empreitada, crepuscufãs.

domingo, 4 de novembro de 2012

Que a Força esteja com você, estúdios Disney

Existem alguns tipos de fãs: aqueles que compram tudo do tema, que colecionam itens, vão a todos os eventos, se vestem e falam como eles e que encaram seu ídolo como uma divindade encarnada e o defendem como se a paz mundial dependesse disso. E tem também os fãs de Star Wars, que unem tudo isso a um entortar de nariz grosseiro para qualquer um que não o seja.
Essa semana uma notícia movimentou o patamar do alto escalão de fãs do Star Wars tanto quanto o furacão Sandy e dividiu adeptos e contrários ao futuro da série. A LucasFilm, produtora de George Lucas fundada em 1971, responsável por esta que é a terceira saga mais rentável de todos os tempos, foi vendida para a Disney por quatro bilhões de dólares. Mas isso é apenas a cereja do bolo. Logo na primeira entrevista sobre o assunto Lucas e o presidente-executivo da Disney, Bob Iger, declararam que em 2015 uma nova guerra nas estrelas será disputada: Vem aí, Star Wars episódio VII.
Em todo o mundo, jovens padawans ficaram sem saber o que esperar do futuro. Desde 1999 quando foi lançada a continuação da saga, após 20 anos de hibernação, "A Ameaça Fantasma" começou a dividir opiniões. Os fãs saudosistas e avessos a evolução da tecnologia criticaram por muito tempo a nova empreitada Lucas, e até 2005, quando estreou nos cinemas o último filme da nova trilogia, "A vingança do Sith", muitos ainda duvidavam que Star Wars, que antes era considerada uma série tripla, pudesse um dia ser englobada como uma hexalogia.
Aos resmungões de plantão, George Lucas sabe que mexer com fã é igual cutucar enxame de abelhas: mesmo que nem todas te ferroem não há a possibilidade de sair ileso de um encontro desses. Sem dúvida, foi também com receio de não ser aceito que o diretor colocou as primeiras composições gramaticais trocadas de Yoda no papel na década de 70. Mas ele ousou e Star Wars fez de George Lucas um dos nomes mais bem conceituados do cinema mundial. Agora, querendo 'passar a bola', o produtor e diretor entregou seu legado a Disney, o estúdio de maior credibilidade no mundo, e não estamos falando só de Mickey e Rei Leão.
Em 2006 a empresa do rato com chapéu de feiticeiro surpreendeu ao comprar os estúdios Pixar, com o qual já trabalhava em parceria nas animações. Resultado? A Disney hoje produz as melhores histórias infantis do mundo, sendo seguida e copiada por todas as outras produtoras que buscam, um dia, chegar ao padrão Disney/Pixar. Em 2009 foi a vez da compra da Marvel, que gerou um reboliço não tão grande, mas parecido com o atual. Resultado: Com mais autonomia e segurança, o longa "Os Vingadores", lançado esse ano, alcançou a maior bilheteria da história do cinema no Brasil.
Portanto, mantenha-se paciente, discípulo Jedi. Coisas boas podem vir por aí, ou 'por aí podem vir boas coisas', como diria Yoda. Que a força esteja com você.
Guerra nas estrelas (1977). Primeira produção da série,é o quarto episódio. O garoto Luke Skywalker aprende as lições da Força para enfrentar Darth Vader.
O Império Contra-Ataca (1980). As Forças Rebeldes, lideradas por Luke Skywalker, são perseguidas pelas tropas do Império. Darth Vader e Luke se confrontam, e Vader se revela pai de Luke.
O Retorno de Jedi (1983). Luke recebe a confirmação de que Vader é seu pai e a princesa Léia, sua irmã. Os dois voltam a se enfrentar.
A Ameaça Fantasma (1999). É o primeiro episódio. Mostra os anos da iniciação Jedi de Anakin, que irá se tornar o vilão Darth Vader.
O Ataque dos Clones (2002). Dez anos depois do período de "Ameaça Fantasma", Anakin Skywalker é aprendiz de jedi e tem a missão de proteger a rainha Amidala, por quem é apaixonado desde pequeno.
A Vingança dos Sith (2005). Anakin Skywalker luta para que seu casamento com Padmé Amidala não seja afetado pela guerra. Seduzido por promessas de poder, Anakin se aproxima cada vez mais de Darth Sidious até se tornar o temível Darth Vader