segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Natal, época de tradição

Na ceia, nos presentes e até nos filmes, o natal revive títulos anualmente
Duas coisas são certas quando o supermercado começa a vender panetones: enjoar de ouvir "Então é Natal", da Simone, e chover filmes tradicionais na TV aberta. Portanto, para seguir as tradições, segue a lista de cinco longas que não podem faltar naquele momento pós-ceia, em que você deita em frente a TV... e dorme.
Esqueceram de mim (1990) . Sim, "Esqueceram de Mim" é a história de um jovem ator Macaulay Culkin que encarna o pobre garoto Kevin, esquecido em casa pela família. O personagem tem que se virar sozinho e ainda proteger a casa de dois ladrões atrapalhados. O filme já foi exibido tantas vezes que ficou com 'cara de Natal'. Aliás, isso vale para o "Esqueceram de Mim 2".
Parque dos dinossauros (1993). O filme de Steven Spielberg nada tem a ver com Natal, mas foi exibido repetidas vezes nessa época, o que o permite estar na lista. O longa conta a história de um milionário que investe em um parque de diversões diferente, com dinossauros ao invés de brinquedos. Mas, como a natureza não pode ser controlada, as coisas saem do planejado e o divertimento vira matança.
Gremlins (1984). A TV aberta deu um tempo com esse clássico natalino, mas ele continua na lembrança de quem esperava o bom velhinho na década de 1990. A ligação que o filme tem com o Natal vem com o presente de pai para filho dado no início do longa, um bichinho esquisito que vem com um manual de instruções: não entrar em contato com a água, não expor a luz e não alimentar após a meia noite. Claro que as regras não são seguidas e surge uma raça cruel, mortal e engraçada, os Gremlins.
O Estranho Mundo de Jack (1993). Esse passou no ano passado, vai dizer que não viu? Nessa animação em Stop Motion, o diretor Tim Burton apresenta Jack, o rei da cidade do Halloween, que, cansado da rotina, convence os habitantes a sequestrar o Papai Noel e fazer um Natal diferente. Um pouco de humor negro e monstros para quebrar o clima de festividades e de 'jingle bell'.
Meu Papai é Noel (1994). Por último, mas não menos emblemático, "Meu Papai é Noel" inundou o imaginário brasileiro anualmente na década de 1990 com a história de um Papai Noel acidentado que precisa treinar um substituto. Cuidado! Você pode se deparar com esse clássico ao ligar a TV.
Cinco filmes que, querendo ou não, se ligaram as tradições natalinas e acabaram por se tornar parte delas. Para quem gosta do gênero, é só aproveitar os dias de descanso em frente a TV. A boa notícia, para quem não gosta de nenhum, é: como a música da Simone, eles só aparecem uma vez por ano.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Cinema em branco e preto

Em 30 de novembro de 1914 Charles Spencer Chaplin estreou nas telas com Making a Living. Quase 100 anos depois o cinema mudou, mas Carlitos será sempre O Carlitos.
Como um andarilho de chapéu-coco, bengala de bambu e sapatos com bicos longos Charles Spencer Chaplin encantou o mundo do cinema e conquistou um espaço eternizado na calçada da fama e outro nos corações dos cinéfilos. Ontem, 30 de novembro, há 98 anos, o artista aparecia pela primeira vez na tela com o filme Making a Living, película na qual interpretava um homem que vai trabalhar como repórter e se envolve com o roubo de uma câmera fotográfica com negativos de uma reportagem sensacionalista.
Em Making a Living Chaplin ainda não era Carlitos -o personagem que o consagrou. Usava uma cartola de fundo alto, bigodes longos contornando os lábios e óculos de um olho só. Os indícios de que ali existia uma estrela estavam apenas na forma ‘pinguinesca’ de andar e na bengala que o acompanhou como uma parceira de cena por toda a vida.
Chaplin nos faz pensar no quanto o cinema evoluiu em seus pouco mais de 100 anos de história e o quanto a arte mudou, claro, para melhor, mas com algumas consequências não tão felizes. Na comédia romântica O Amor Não Tira Férias o personagem Arthur Abbott (Eli Wallach) é um roteirista que, em um momento do filme, comenta uma época em que estreavam uma produção por mês, hoje são cerca de nove por semana. Um viva para quem consegue acompanhar!
Há 40 anos a matinê de sábado era o programa do final de semana. Belchior cantou as coisas boas que trazia no peito enquanto pedia a sessão de cinema das cinco e sentia saudades da camisa suja de batom em 1977. Lisbela esperava o próximo capítulo de uma novela que se confundia com a sua vida e a de seu prisioneiro (Lisbela e o Prisioneiro, Guel Arraes, 2003). O cinema era sujo de sonhos, de som (mesmo que mudo), de vida (mesmo sem cores).
Hoje o cinema é mais espetáculo, menos história. As novas tecnologias falam por si e muitas produções preferem gastar com grafismos digitais ao invés de bons enredos, ou enredos simples, mas que tocam o coração. Na disputa pelo Oscar de 2012 o mundo foi bombardeado por produções nostálgicas como A Invenção de Hugo Cabret (Martin Scorsese) e se encantou com o regresso do cinema mudo preto e branco recebendo a estatueta de Melhor Filme com O Artista, romance francês do diretor Michel Hazanavicius.
Neste final de semana que marca a estreia de Carlitos devíamos repensar o cinema como arte nesses ‘Tempos Modernos’. Claro, há de ser espetáculo, mas nunca há de deixar de ser a arte que é feita da rua, de qualquer lugar onde possa haver inspiração. Uma arte marcada por personagens como o Carlitos e como o brasileiro Mazzaropi, personagens do povo com histórias simples o suficiente para encantar e se tornar inesquecíveis. Com direito a “Smile” como trilha sonora do THE END.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Scorsese setentão para iniciantes

No mês que Martin Scorsese faz 70 anos relembramos alguns filmes do diretor que você já deveria ter visto
Ele queria ser padre, mas se apaixonou pelo cinema - para nossa sorte. Se preparou seis vezes para caminhar no tapete vermelho, mas agarrou a estatueta do Oscar apenas em 2006, com indícios de o prêmio despertar a inimizade do público, se a Academia não o fizesse.
Martin Scorsese comemora sete décadas, mas você ainda não tem opinião formada sobre os filmes dele? Seus problemas acabaram! É só correr para a locadora com a lista abaixo e recuperar o tempo perdido. São cinco filmes de tirar o fôlego que não devem ser esquecidos, ou que precisam começar a ser lembrados.
Taxi Driver (1976). Foi o primeiro dos oito longas em que Scorsese dirigiu Robert de Niro, seu pupilo. A obra influenciou gerações de diretores e marcou época em Hollywood. A história do motorista de taxi que se revolta com a sociedade sem dúvida vai te incomodar por dias. Vale lembrar da atuação espetacular da jovem Jodie Foster neste filme.
Touro indomável (1980). A história da ascensão e decadência em preto e branco do lutador Jake LaMotta é um misto de clássico que não envelhece com algo inquietador e apaixonante. Robert De Niro levou o Oscar de melhor ator atuando de forma brilhante como o autodestrutivo protagonista. Para viver o personagem, o ator treinou boxe por um ano com o próprio LaMotta e engordou 25 quilos.
Cabo do Medo (1991). Você vai roer as unhas, contar os minutos e torcer para que a agonia acabe ao assistir Cabo do Medo. Robert De Niro volta a trabalhar com Scorsese na pele de um psicopata que quer vingança. Em poucas palavras, o personagem de De Niro não quer apenas se vingar, ele vai até as últimas consequências para transformar a vida de uma família em um inferno.
Os Infiltrados (2006). Início de uma nova parceria que tem dado certo, este filme traz Leonardo Di Caprio e grande elenco para as telonas como os mafiosos de uma nova era. O filme, que é ação e surpresa do começo ao fim, finalmente deu a Scorsese seu primeiro Oscar como diretor.
Ilha do Medo (2010). Psicológico e surpreendente, Ilha do Medo te leva para um hospital psiquiátrico em busca de um paciente desaparecido, mas essa é só a ponta do iceberg desse suspense que deve ficar entre os seus preferidos. Novamente Leonardo Di Caprio e Scorsese acertaram na dose e no roteiro.
Alice Não Mora mais Aqui, Os Bons Companheiros, Gangues de Nova York, O Aviador ou o premiado A Invenção de Hugo Cabret. A lista de bons filmes não acaba por aqui, mas esse é só um ‘aperitivo Scorsese’ para quem quer embarcar nas tramas complexas deste diretor que trabalha a fundo os dramas do ser humano, a fé, a violência e os sonhos nas mais diversas situações. Depois de ver esses cinco filmes, sem dúvida, você não vai querer parar. Afinal, são 70 anos de vida e de boas histórias.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Vampiros pra que te quero!

Eles foram repaginados, são selvagens, sedutores, brilham no sol e bebem sangue, mas nenhum é melhor que o original
É noite, provavelmente de lua cheia. Entre a névoa um castelo antigo e negro seduz para um caminho sem volta. No quarto mais alto um homem de caninos afiados, postura hierárquica e vestindo capa está parado, observando silenciosamente pela janela. Não, não é o Batman. O personagem descrito acima tem mais de 100 anos e, de acordo com a história, se não tiver uma estaca enfiada no peito e a cabeça cortada, viverá para sempre.
Na semana da estreia mundial de Amanhecer – Parte II outro vampiro resolveu não sair do caixão e ofuscar o brilho cintilante dos personagens da autora Stephenie Meyer. Mas é preciso lembrar que sem ele o romance de Edward e Bella poderia ser mais um Romeu e Julieta contemporâneo. Portanto, é importante não esquecer que o filme Drácula de Bram Stoker, do diretor Francis Ford Coppola (O Poderoso Chefão), completou 20 anos no dia 15.
Coppola foi o único diretor de cinema a retratar de forma verossímil a história de Bram Stoker, autor do livro Drácula (datado de 1897) e principal popularizador de vampiros. Na trama, um guerreiro perde a noiva, que se suicida ao receber uma carta falsa alertando sobre a morte do rapaz. Desesperado, ele renega a Igreja por não querer enterrá-la e termina como um morto-vivo perambulando pelo mundo até encontrar a reencarnação da mulher que amou através dos séculos.
Filmes de vampiros têm sido feitos desde 1922, quando o diretor alemão Friedrich Wilhelm Murnau transportou Drácula para as telonas com o temível Nosferatu e uma década depois Tod Browning dirigiu o memorável Drácula do ator Bela Lugosi (1931). A criatura mudou com as produções posteriores mantendo, muitas vezes, apenas a essência: imortalidade e sede de sangue. Atualmente podemos escolher nosso tipo preferido de vampiro. Temos os sedutores Lestat (Tom Cruise) e Louis (Brad Pitt) de Entrevista com Vampiro (1994), o convertido e vegetariano Edward de Crepúsculo (2008), os sanguessugas geneticamente alterados de Blade, O Caçador de Vampiros (1998) até os selvagens sedentos de 30 Dias de Noite (1997). A lista é ainda maior, porém podemos encaixar todos os outros em alguma dessas características. Todos, menos Drácula.
O conde que tornou a Transilvânia conhecida tem algo que nenhum outro vampiro possui e que Coppola retratou de forma encantadora em sua produção artesanal de 1992 que arrebatou três Oscars. Drácula de Bram Stoker é sinistro, perturbador, seco e apaixonante. Não é um filme para qualquer um e certamente não caiu no gosto popular, mas tem o que apenas os clássicos e o mais recente Entrevista com Vampiro possuem: Puro sangue. Ao assisti-lo estamos condenados a lapsos de cenas que retornam a memória de forma inconsciente. O jeito é aceitar e deixar o vampiro-mór ficar. Afinal, Drácula não é um homem para ser esquecido, mas sim imortalizado tal qual manda o figurino

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Uma estreia de dar o sangue

Prepare-se para o apocalipse vampírico das filas no cinema
“Edward era um vampiro. Havia uma parte dele- e eu não sabia o quão poderosa ela poderia ser- que tinha sede do meu sangue. Eu estava incondicionalmente e irrevogavelmente apaixonada por ele.” Três frases impressas nas costas de um livro, um amor acima de qualquer barreira e uma legião de fãs.
A saga Crepúsculo seleciona seus leitores pelo nível elevado de borboletas no estômago a cada frase. Com os livros, a escritora americana Stephenie Meyer arrebatou o 49º na lista da revista Time das "100 pessoas mais influentes em 2008" e foi classificada pela Forbes como a 59º celebridade mais poderosa do mundo.
Mas desde quando o primeiro livro foi lançado, em 2005, a história tem dividindo opiniões entre o romântico e o excesso de fantasia. Na trama, a jovem Bella Swan se muda para a cidade de Forks, em Washington, onde conhece Edward Cullen, que não sai de sua cabeça. Com o tempo Bella descobre que Edward é o genro que nenhum sogro queria ter: vampiro, ele tem sede de sangue, do sangue dela. O casal se embrenha em um romance arrebatador e proibido, envolvendo lobisomens, clãs respeitados de vampiros, casamentos e, sim, filhos meio humanos, meio sugadores de sangue.
Edward Cullen é a visão do homem ideal, para Bella e para as leitoras, e é isso, unido a impossibilidade desse romance, que prende a atenção na leitura em cada página. Há ainda um lobisomem musculoso, brincalhão e igualmente apaixonado pela jovem. O triângulo amoroso tem tirado suspiros em todo mundo e inspirando novos autores no desbravamento de romances contemporâneos.
O primeiro filme, que teve um baixo orçamento (US$37 mi), não era uma produção com grandes expectativas. Repleto de efeitos ruins, roteiro mal finalizado, cortes confusos e uma trilha que não se encaixa, Crepúsculo foi aclamado pelos leitores, mas odiado por quem nunca tinha aberto o livro. Mesmo assim, arrecadou só na primeira semana US$35 milhões e recebeu carta branca da produtora Summit Entertainment para a continuação, Lua Nova. Aliás, dos muitos que ganharam com a franquia, a Summit é a que menos pode reclamar. A adaptação colocou a produtora, até então mediana, entre as grandes empresas cinematográficas de Hollywood.
Os outros três filmes da franquia (Lua Nova, Eclipse e Amanhecer – Parte I) tiveram um ganho em orçamento (US$50mi, US$70mi e US$ 130mi, respectivamente) e principalmente em qualidade. Amanhecer - Parte I, lançado em novembro do ano passado, arrecadou US$80mi só na primeira semana e o último filme da série promete uma nova maratona de cifrões.
Em todo o país, sites especializados na saga estão promovendo encontros pré-sessão de estreia, produzindo camisetas, placas, fazendo contagem regressiva e criando promoções como se a estreia fosse o evento do século. Quem quiser ver o filme logo na primeira semana é bom preparar o acampamento, levar comida enlatada, água e barrinha de cereais pois as filas por ingressos prometem virar quarteirões. Vai ser uma overdose vampírica mundial, com direito a batalhas épicas pela melhor poltrona. E atenção, para quem vai aproveitar a sessão de Amanhecer – Parte II é bom esperar o fim dos créditos. Parece que há surpresas por aí. Boa empreitada, crepuscufãs.

domingo, 4 de novembro de 2012

Que a Força esteja com você, estúdios Disney

Existem alguns tipos de fãs: aqueles que compram tudo do tema, que colecionam itens, vão a todos os eventos, se vestem e falam como eles e que encaram seu ídolo como uma divindade encarnada e o defendem como se a paz mundial dependesse disso. E tem também os fãs de Star Wars, que unem tudo isso a um entortar de nariz grosseiro para qualquer um que não o seja.
Essa semana uma notícia movimentou o patamar do alto escalão de fãs do Star Wars tanto quanto o furacão Sandy e dividiu adeptos e contrários ao futuro da série. A LucasFilm, produtora de George Lucas fundada em 1971, responsável por esta que é a terceira saga mais rentável de todos os tempos, foi vendida para a Disney por quatro bilhões de dólares. Mas isso é apenas a cereja do bolo. Logo na primeira entrevista sobre o assunto Lucas e o presidente-executivo da Disney, Bob Iger, declararam que em 2015 uma nova guerra nas estrelas será disputada: Vem aí, Star Wars episódio VII.
Em todo o mundo, jovens padawans ficaram sem saber o que esperar do futuro. Desde 1999 quando foi lançada a continuação da saga, após 20 anos de hibernação, "A Ameaça Fantasma" começou a dividir opiniões. Os fãs saudosistas e avessos a evolução da tecnologia criticaram por muito tempo a nova empreitada Lucas, e até 2005, quando estreou nos cinemas o último filme da nova trilogia, "A vingança do Sith", muitos ainda duvidavam que Star Wars, que antes era considerada uma série tripla, pudesse um dia ser englobada como uma hexalogia.
Aos resmungões de plantão, George Lucas sabe que mexer com fã é igual cutucar enxame de abelhas: mesmo que nem todas te ferroem não há a possibilidade de sair ileso de um encontro desses. Sem dúvida, foi também com receio de não ser aceito que o diretor colocou as primeiras composições gramaticais trocadas de Yoda no papel na década de 70. Mas ele ousou e Star Wars fez de George Lucas um dos nomes mais bem conceituados do cinema mundial. Agora, querendo 'passar a bola', o produtor e diretor entregou seu legado a Disney, o estúdio de maior credibilidade no mundo, e não estamos falando só de Mickey e Rei Leão.
Em 2006 a empresa do rato com chapéu de feiticeiro surpreendeu ao comprar os estúdios Pixar, com o qual já trabalhava em parceria nas animações. Resultado? A Disney hoje produz as melhores histórias infantis do mundo, sendo seguida e copiada por todas as outras produtoras que buscam, um dia, chegar ao padrão Disney/Pixar. Em 2009 foi a vez da compra da Marvel, que gerou um reboliço não tão grande, mas parecido com o atual. Resultado: Com mais autonomia e segurança, o longa "Os Vingadores", lançado esse ano, alcançou a maior bilheteria da história do cinema no Brasil.
Portanto, mantenha-se paciente, discípulo Jedi. Coisas boas podem vir por aí, ou 'por aí podem vir boas coisas', como diria Yoda. Que a força esteja com você.
Guerra nas estrelas (1977). Primeira produção da série,é o quarto episódio. O garoto Luke Skywalker aprende as lições da Força para enfrentar Darth Vader.
O Império Contra-Ataca (1980). As Forças Rebeldes, lideradas por Luke Skywalker, são perseguidas pelas tropas do Império. Darth Vader e Luke se confrontam, e Vader se revela pai de Luke.
O Retorno de Jedi (1983). Luke recebe a confirmação de que Vader é seu pai e a princesa Léia, sua irmã. Os dois voltam a se enfrentar.
A Ameaça Fantasma (1999). É o primeiro episódio. Mostra os anos da iniciação Jedi de Anakin, que irá se tornar o vilão Darth Vader.
O Ataque dos Clones (2002). Dez anos depois do período de "Ameaça Fantasma", Anakin Skywalker é aprendiz de jedi e tem a missão de proteger a rainha Amidala, por quem é apaixonado desde pequeno.
A Vingança dos Sith (2005). Anakin Skywalker luta para que seu casamento com Padmé Amidala não seja afetado pela guerra. Seduzido por promessas de poder, Anakin se aproxima cada vez mais de Darth Sidious até se tornar o temível Darth Vader

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

30 anos de ‘Rambostein’

Stallone é o ícone de um gênero em extinção
Com os músculos a mostra e cravando uma faca no pescoço do oficial um boina verde diz: “Na cidade você é a lei, aqui eu sou!”. John Rambo, interpretado por Sylvester Stallone nas telas, completou em outubro 30 anos de faixa amarrada na cabeça, faca da sorte no cinto e cartuchos de metralhadora com balas infinitas pendurados no peito. Alguns diriam que ele não chegou nem a meia idade, mas para a história do cinema, datada com menos de 120 anos e marcada por mudanças pontuais da tecnologia, o herói americano é quase um senhor idoso.
Na trama do primeiro filme o veterano da Guerra do Vietnã, John (Stallone), é preso injustamente pelo xerife da pacata Hope (no estado de Columbia Britânica, Canadá), mas consegue fugir e promove uma guerra não só contra o oficial que o prendeu, mas contra toda a cidade. Marcado por frases célebres do coronel que o treinou para o Vietnã, como “Eu não vim salvar Rambo dos seus policiais, vim salvar os seus policiais de Rambo”, o longa deu aos espectadores o que eles queriam: ação e sangue. Mas entre balas e machucados costurados por si mesmo, Rambo – Programado para matar, ofereceu muito mais, ele deu a nós um legado.
Durante uma entrevista, em meados do lançamento do primeiro longa-metragem da saga, Stallone chegou a comparar seu personagem ao Frankstein, um ‘Rambostein’, que seria visto no futuro como uma criatura pré-arcaica perante as milionárias produções cheias de inserções digitais, chegando a beirar o engraçado. O ator, que também dirigiu o último filme da franquia, utilizou pouco a tecnologia a seu favor, primando pela forma analógica de atuar em cinema do início ao fim da série, fazendo as cenas “no muque”. A repulsa tecnológica fica mais aparente no segundo filme, quando o Marechal Murdock diz que a tecnologia é a maior arma e Rambo responde: “Eu pensei que a mente fosse a nossa maior arma.” John Rambo é um combatente solitário na guerra cinematográfica contra os novos meios, um Tarzan armado à lá velho oeste, considerado um marco do gênero, mas rotulado por muitos já como um dinossauro de museu.
A dica é não classificar e dar uma chance a esse herói de meia idade cheio de traumas de guerra. O clássico está envelhecendo, assim como o próprio Rambo. Mas como os bons vinhos são os das mais antigas safras, ele , Sly (como Stallone é chamado pelos amigos), é o ícone quando se fala em personagem de ação e ainda pode, sozinho, desconectar as atuais amarras tecnológicas do cinema e recrutar novos fãs de testas enfaixadas. Afinal, por mais que haja tendências, não há leis para o ‘fazer’ cinema.
Comemoração. Muitos fãs foram a Hope para a comemoração de 30 anos da franquia, onde puderam fotografar locais marcantes do primeiro filme, como o penhasco do qual Rambo se joga para fugir da polícia e a ponte de madeira onde o xerife deixa o protagonista para que siga seu caminho.
Curiosidades. Na vida real Stallone quebrou duas costelas filmando o salto do penhasco. O roteiro original de Rambo - Programado para Matar previa que o protagonista cometeria suicídio no final do filme. A cena chegou a ser filmada, mas acabou sendo excluída. Rambo IV computou o maior número de mortes da franquia, são 236 pessoas, com uma média de 2,59 mortes por minuto.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Run, Drácula, run!

A relação entre Hotel Transylvânia e a falta de ar
Tenho visto muitas animações ultimamente. Tanto tenho como só escrevi sobre elas, o Cine-Rosebud não mente. Ontem fui ao cinema assistir Hotel Transylvânia, a nova jogada do ator de comédias Adam Sandler e que já vale mais cifrões que seus últimos filmes juntos. Quando os créditos finais começaram a subir eu me permiti colocar os miolos no lugar e tentar respirar. Foi aí que pensei: “Nem se o Forrest Gump quisesse ele correria tanto quanto esse filme.”
Os desenhos não são mais como antigamente, isso é um fato. Dias atrás fui assistir a alguns episódios de Caverna do Dragão -que, aliás, gosto muito- e me peguei pescando no meio da trama, pensando longe, bocejando, com a atenção completamente desviada. Ontem, assistindo aos monstros alforriados fazendo a festa no hotel do Conde Drácula, eu lembrei do Mestre dos Magos e sua turma e puxei na memória outros desenhos antigos que não tenho mais conseguido assistir. Doug Funny, Tintin, Cavalo de Fogo, Capitão Planeta, He Man marcaram a minha infância e até hoje eu cito falas e insisto que adoro cada um deles, mas não consigo mais acompanhar o raciocínio. As histórias são enroladas, cheias de detalhes nem sempre necessários, demoram para chegar no “vamo vê”. Por fim, me entreguei a conclusão que o trem da nova era me pegou, e, olha, não é maria fumaça não, é um verdadeiro trem bala.
Os animes/mangás dominaram o mundo com seus olhos enormes e reações exageradas, até a Turma da Mônica se adaptou (e confesso, li e gostei.). Os heróis dos quadrinhos fazem sucesso nas telonas, mas continuam sendo ‘cults’ nas páginas das HQs porque o estilo de desenho não alcança o gosto popular. É triste, mas é real. As animações agoras são ágeis, até bruscas, jurassicamente exageradas e o espectador se vê lá, adorando, mas precisando de uma bombinha de asma para conseguir puxar o ar. Hotel Transylvânia é o meu exemplo atual, mas temos Madagascar, Paranorman e tantos outros, até o carismático Nemo, a diferença é que a Pixar sabe dosar a bomba de oxigênio.
De qualquer forma estou decepcionada comigo e pretendo retomar o meu gosto pelas histórias curtas de longa duração sem essa parafernalha boa que eu adoro ver. Deve fazer bem pra saúde respirar pausadamente e deve fazer bem pra cabeça dar um tempo na correria.
Quanto ao filme que fui ver ontem, não é lá um hotel 5 estrelas, mas o serviço de quarto é ótimo. Pode apostar.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O efeito Disneyês

Lei universal: Não se vê um desenho da Disney uma única vez, ou duas, ou 15, tanto faz. Quem o fez não é nem exceção à regra, é praticamente um mutante. Do tipo que se martelado no joelho não tem reflexo, não tem alma, ou a perdeu quando fez 14 anos.
Não dá. É mais forte que a força de vontade. É humanamente impossível. É cheio de sintomas e com um diagnóstico fácil: se você se familiarizar com algo escrito aí embaixo é porque faz parte de um grupo que felizmente sofre do mesmo problema, aprendeu a falar Disneyês. E uma vez que se sabe jamais esquece, é o efeito rec repete Disney, o cérebro grava e você bota para fora sempre que há uma oportunidade.
Os clássicos criados pelos estúdios Disney deixaram há tempos de ser coisa de criança e hoje digo com orgulho que se tornaram praticamente um estilo de vida. Eu sou Disney, do tipo que vê uma situação e repete frases dos filmes como um: “cuidado ele cospe”, escondido entre cenas do Aladin e que eu idiotamente insisto em dizer. Talvez um “eu estou cercado de idiotas!” dito com um tom bem Scar esnobe de o Rei Leão ou um “primeira a direita, segunda a esquerda e segue em frente até o amanhecer” quando alguém pergunta um caminho e eu me vejo dando uma de Peter Pan sem pó mágico e recebendo olhares confusos como resposta. Dá até pra citar uns mais novos, adicionados ao vocabulário há pouco e já desgastados pela repetição. Por exemplo, você pode até não saber seu endereço de cabeça, mas sem dúvida sabe o do “P. Sherman, 42, Wallaby Way, Sidney”, assim como se pede para alguém jurar algo diz “jura de coração?” e faz aquele sinalzinho cruzado sobre o peito que fez dos primeiros 5min de Up – Altas Aventuras os mais românticos e tristes da história da produtora.
Eu poderia escrever um blog só sobre o efeito Disney, mas dessa vez preferi ficar no rec repete, o que já é muita coisa.
Que menina nunca se imaginou com uma cauda verde e cabelos vermelhos repetindo a cena em que Ariel canta na praia sobre a pedra e as ondas batem ao fundo? Sério, se deixar faço isso até hoje! É involuntário imitar as princesas, querer ser como elas e, se duvidar, sonhar mais com os amigos delas que com os príncipes, já que o Sebastião, o Tata, o Linguado, Mushu e Grili, madame Samovar, Lumiere e Horloge sempre foram bem mais interessantes que o momento do final feliz.
Quanto mais o tempo passa mais esses personagens fazem parte da vida de gente que cresceu os assistindo. Quando eu era criança ganhei o meu primeiro VHS e parecia ter ganhado o mundo. Se furasse de tanto assistir com certeza meu O Rei Leão não funcionaria mais. No entanto ele está lá, fita verde, capa amarela, guardado como uma relíquia que me iniciou nesse vício bom. Dias atrás assisti novamente a história do meu primeiro VHS em alta resolução e 3D em um cinema e percebi que ainda guardo na memória todas as falas do filme. Juro, isso não é doença. Pouco depois postei no facebook uma frase de O Rei Leão e um amigo completou com a que viria adiante e me deparei com nós dois reescrevendo a cena completa do filme, fala por fala, palavra por palavra.
Também há de se comentar as músicas, as clássicas canções que ainda embalam casamentos e formaturas e as minhas apresentações no chuveiro. Vez atrás estava eu com algumas amigas curtindo um dia de sol na praia quando, por acaso, alguém puxou um verso que logo virou um pout-pourri Disney com direito a vozes trabalhadas e uma briga entre um casal de namorados que estava na nossa frente. Eles iniciaram a discussão só porque ele havia feito o comentário “essa música é de tal filme, amor” e acompanhado a nossa cantoria em baixa voz.
Aí, para quem acha que Disney é coisa de mulherzinha ontem eu vi (com o rec repete ligado, ou seja, umas 15 vezes) essa composição do grupo Doo Wop Shop e fiquei com mais vontade de escrever sobre isso. Pra quem gostar tem também o vídeo do fantástico Nick Pitera, um cara que, enquanto sonhamos em ser um personagem, consegue ser todos. O bacana é ouvir as músicas, conhecer todas e se achar o expert. Eu, por exemplo, arrepio toda vez, diversas vezes. Manteiga derretida, fazer o quê.
The Doo Wop Shop : "Disney Medley" http://migre.me/a81EM
Nick Pitera : "One Man Disney" http://migre.me/a81Bg
Tem muito mais coisa, muitas outras frases, mas vou deixar para que vocês também digam as suas. Então é isso. A Disney fazendo com que nós sempre possamos ir ao infinito e além. Principalmente com piadinhas ruins.

sábado, 7 de julho de 2012

O jeito novo de criar seu próprio clássico

Eu sei que o foco principal do blog é colocar em discussão novas tecnologias e mostrar a importância delas no nosso cotidiano ou até a mudança que elas podem causar ao nosso dia a dia. Exatamente por isso hoje eu trago para o conhecimento e, quem sabe, o interesse de alguns, a exposição George Meliés, que está sendo montada no MIS (Museu da Imagem e Som) de São Paulo e será aberta a visitação de 4 de julho à 16 de outubro. Um bom programa de final de semana para quem mora no Vale do Paraíba. Sim, eu sei, tem algo estranho aí. O que há de novidade tecnológica em uma exposição sobre um cara que morreu antes da década de 40? Por mais que pareça que não há nada atual a novidade é que as pessoas que visitarem a exposição poderão passar pela experiência de criar filmes da mesma forma que o mágico do cinema, Meliés, fazia na época em que ficou conhecido como o pai dos efeitos especiais. A partir de um equipamento moderno criado pelo museu e batizado de Instalação Meliés, grupos de até oito pessoas vão poder criar filmes de 30 segundos usando truques semelhantes aos que o diretor utilizava em suas produções. Para tanto, serão disponibilizadas quatro narrativas e, a partir da escolha de um delas será possível montar cenários móveis manipulando recursos cenográficos e efeitos especiais. Vai dar até para adicionar e retirar objetos de cena, pessoas e elementos da narrativa. Bom, talvez Meliés não seja mesmo a novidade e seus filmes também não, mas para quem gosta de cinema e sempre quis desenvolver seu próprio projeto audiovisual para a telona essa pode ser uma experiência bem bacana de primeiro passo. De quebra, ainda dá para pegar algumas sessões gratuitas de filmes desse grande diretor que mudou a forma de fazer cinema entre os anos de 1896 e 1912. É a tecnologia permitindo que a população teste, aprenda e conheça. Tudo ao mesmo tempo. Georges Méliès (1861-1938) foi desenhista, mágico, diretor de teatro, decorador, ator, técnico, produtor-diretor-distribuidor de mais de 500 filmes entre 1896 e 1912. Recentemente, o público pôde conhecer um pouco mais da história de Méliès com o filme A Invenção de Hugo Cabret de Martin Scorsese, que abocanhou 5 oscars na premiação desse ano.
Postado em http://hipertexto.ovale.com.br/ em 02.julho.2012