quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Uma estreia de dar o sangue

Prepare-se para o apocalipse vampírico das filas no cinema
“Edward era um vampiro. Havia uma parte dele- e eu não sabia o quão poderosa ela poderia ser- que tinha sede do meu sangue. Eu estava incondicionalmente e irrevogavelmente apaixonada por ele.” Três frases impressas nas costas de um livro, um amor acima de qualquer barreira e uma legião de fãs.
A saga Crepúsculo seleciona seus leitores pelo nível elevado de borboletas no estômago a cada frase. Com os livros, a escritora americana Stephenie Meyer arrebatou o 49º na lista da revista Time das "100 pessoas mais influentes em 2008" e foi classificada pela Forbes como a 59º celebridade mais poderosa do mundo.
Mas desde quando o primeiro livro foi lançado, em 2005, a história tem dividindo opiniões entre o romântico e o excesso de fantasia. Na trama, a jovem Bella Swan se muda para a cidade de Forks, em Washington, onde conhece Edward Cullen, que não sai de sua cabeça. Com o tempo Bella descobre que Edward é o genro que nenhum sogro queria ter: vampiro, ele tem sede de sangue, do sangue dela. O casal se embrenha em um romance arrebatador e proibido, envolvendo lobisomens, clãs respeitados de vampiros, casamentos e, sim, filhos meio humanos, meio sugadores de sangue.
Edward Cullen é a visão do homem ideal, para Bella e para as leitoras, e é isso, unido a impossibilidade desse romance, que prende a atenção na leitura em cada página. Há ainda um lobisomem musculoso, brincalhão e igualmente apaixonado pela jovem. O triângulo amoroso tem tirado suspiros em todo mundo e inspirando novos autores no desbravamento de romances contemporâneos.
O primeiro filme, que teve um baixo orçamento (US$37 mi), não era uma produção com grandes expectativas. Repleto de efeitos ruins, roteiro mal finalizado, cortes confusos e uma trilha que não se encaixa, Crepúsculo foi aclamado pelos leitores, mas odiado por quem nunca tinha aberto o livro. Mesmo assim, arrecadou só na primeira semana US$35 milhões e recebeu carta branca da produtora Summit Entertainment para a continuação, Lua Nova. Aliás, dos muitos que ganharam com a franquia, a Summit é a que menos pode reclamar. A adaptação colocou a produtora, até então mediana, entre as grandes empresas cinematográficas de Hollywood.
Os outros três filmes da franquia (Lua Nova, Eclipse e Amanhecer – Parte I) tiveram um ganho em orçamento (US$50mi, US$70mi e US$ 130mi, respectivamente) e principalmente em qualidade. Amanhecer - Parte I, lançado em novembro do ano passado, arrecadou US$80mi só na primeira semana e o último filme da série promete uma nova maratona de cifrões.
Em todo o país, sites especializados na saga estão promovendo encontros pré-sessão de estreia, produzindo camisetas, placas, fazendo contagem regressiva e criando promoções como se a estreia fosse o evento do século. Quem quiser ver o filme logo na primeira semana é bom preparar o acampamento, levar comida enlatada, água e barrinha de cereais pois as filas por ingressos prometem virar quarteirões. Vai ser uma overdose vampírica mundial, com direito a batalhas épicas pela melhor poltrona. E atenção, para quem vai aproveitar a sessão de Amanhecer – Parte II é bom esperar o fim dos créditos. Parece que há surpresas por aí. Boa empreitada, crepuscufãs.

Um comentário:

Lari disse...

Nem se eu gostasse muito de crpusculo ia encarar essa maratona.
Texto muito legal, parabéns.