quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

NAS TELONAS: Sim, sinhô.



“A vida passa muito depressa, se não paramos para curti-la, ela escapa por nossas mãos”, dizia Ferris Bueller em Curtindo a Vida Adoidado; "Sinta a dor. Abrace-a. Descarte-a", disse Claire em Tudo Acontece em Elizabethtown; “Sim”, repetidamente disse Jim Carrey em Sim, senhor. Cantando na Chuva, Curtindo a Vida Adoidado, O Fabuloso Destino de Amelie Poulain, Tudo Acontece em Elisabethtown, Bridget Jones... Teriam algo em comum? Na verdade não, mas sim. Todos são filmes que, por fim, dão vontade de ser feliz. E foi essa sensação que eu tive ao sair do cinema ontem depois de assistir Sim, senhor.

O filme tem todo o estilo caricato do Jim Carrey que, particularmente, nunca foi o MEU forte. Para mim é o Máskara em todas as suas possíveis versões: O homem que recebe o poder de Deus, o cara que tem dupla personalidade, o que não pode mentir e até aquele detetive de animais que ficou estupidamente parecido com o Ace Ventura do desenho. São todos iguais, sem rejeitar o Charada. Mas Carrey causa um reboliço interno em mim porque não consigo decidir se gosto ou não do que ele faz. Em sua larga metamorfose artística eu também encontro Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, Show de Truman e Cine Majestic. Ou seja, não sei dizer se ele é um camaleão ou se é um faz-tudo que não faz nada.

Chega de alardear? “Sim, senhor”. O filme é cativante porque permite que cada espectador conte-se a si próprio, veja-se viver, julgue-se. É um filme de auto-ajuda. Mas continua sendo Jim Carrey, o que quer dizer que para quem não é fã de caretas, dentes brancos e movimentos bruscos, a melhor pedida é correr para a sala de projeção ao lado. Mas acredito que ele se conteve em relação a outras interpretações e, olha, ele pula de bungee jump! Nada de dublês. Aliás, foi uma pena o Harry Potter VI ter mudado a data de estréia, porque a festa a fantasia ia “bombar”.

O filme tem uma mensagem positiva, de ajudar ao próximo, de prestar mais atenção a sua volta. É como se te desse um tapinha no traseiro e dissesse: “Ei, amigo, vá viver! Para de aceitar tudo o que te acontece e corre para ser feliz!”, com a ressalva de ter pouquíssimo humor baixo, o que eu normalmente dispenso nos primeiros dez minutos de filme.

Sim, senhor não é o tipo de produção que ganha prêmios, mas é uma ótima pedida para um sábado à tarde ou para um daqueles momentos eu+poltrona+pipoca ou, simplesmente, porque você adora o Jim Carrey. O longa foi bem aceito nos Estados Unidos, principalmente porque em época de crise as pessoas precisam de algo que as animem a continuar e, sem querer querendo, Sim, senhor encaixou certinho nesse estereótipo de esperança e novas experiências.

O filme foi baseado no livro de um jornalista que durante seis meses respondeu sim a tudo que lhe era questionado e anotou os resultados, esse é o personagem, essa é a trama. E quem gosta de sétima arte ainda vai adorar os filmes que aparecem nas cenas de locadora, ou vai se sentir um completo “não, senhor” por também ficar em frente ao DVD ao invés de sair e curtir a vida (não me excluo dessa). No fim, a melhor solução é sempre a mais simples, aprenda a dizer sim e vá assistir a uma velha e boa comédia sessão da tarde.

*Lembrando que vem aí I Love You Phillip Morris com um Jim Carrey gay apaixonado por um Ewan McGregor e de mãos dadas com Rodrigo Santoro. Estréia prevista para o final de março. Liberar de vez as caras e bocas do Jim Carrey pode ser um perigo.

Um comentário:

Marianna D'Amore disse...

primeiro uma reclamação: fico alguns dias sem ver to 124 postagens atrasada!!!!
segundo é um comentário:será que filmes de auto-ajuda serão tão lucrativos como os livros?
terceiro é outro comentário: eu também não gosto do jim carrey mas show de truman e brilho eterno são muito bons. Acho que foi sorte ele ter sido escolhido e, apesar de amar brilho eterno do jeitinho que é, se tivesse um sean penn seria melhor... ou algo parecido, vai.
Al pacino no frambô ???
I OBJECT !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
no mais, não esquece a pipoca e continau vendo tudo que puder prá escrever aqui, eu ler e ainda comentar !
beijos