quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Run, Drácula, run!

A relação entre Hotel Transylvânia e a falta de ar
Tenho visto muitas animações ultimamente. Tanto tenho como só escrevi sobre elas, o Cine-Rosebud não mente. Ontem fui ao cinema assistir Hotel Transylvânia, a nova jogada do ator de comédias Adam Sandler e que já vale mais cifrões que seus últimos filmes juntos. Quando os créditos finais começaram a subir eu me permiti colocar os miolos no lugar e tentar respirar. Foi aí que pensei: “Nem se o Forrest Gump quisesse ele correria tanto quanto esse filme.”
Os desenhos não são mais como antigamente, isso é um fato. Dias atrás fui assistir a alguns episódios de Caverna do Dragão -que, aliás, gosto muito- e me peguei pescando no meio da trama, pensando longe, bocejando, com a atenção completamente desviada. Ontem, assistindo aos monstros alforriados fazendo a festa no hotel do Conde Drácula, eu lembrei do Mestre dos Magos e sua turma e puxei na memória outros desenhos antigos que não tenho mais conseguido assistir. Doug Funny, Tintin, Cavalo de Fogo, Capitão Planeta, He Man marcaram a minha infância e até hoje eu cito falas e insisto que adoro cada um deles, mas não consigo mais acompanhar o raciocínio. As histórias são enroladas, cheias de detalhes nem sempre necessários, demoram para chegar no “vamo vê”. Por fim, me entreguei a conclusão que o trem da nova era me pegou, e, olha, não é maria fumaça não, é um verdadeiro trem bala.
Os animes/mangás dominaram o mundo com seus olhos enormes e reações exageradas, até a Turma da Mônica se adaptou (e confesso, li e gostei.). Os heróis dos quadrinhos fazem sucesso nas telonas, mas continuam sendo ‘cults’ nas páginas das HQs porque o estilo de desenho não alcança o gosto popular. É triste, mas é real. As animações agoras são ágeis, até bruscas, jurassicamente exageradas e o espectador se vê lá, adorando, mas precisando de uma bombinha de asma para conseguir puxar o ar. Hotel Transylvânia é o meu exemplo atual, mas temos Madagascar, Paranorman e tantos outros, até o carismático Nemo, a diferença é que a Pixar sabe dosar a bomba de oxigênio.
De qualquer forma estou decepcionada comigo e pretendo retomar o meu gosto pelas histórias curtas de longa duração sem essa parafernalha boa que eu adoro ver. Deve fazer bem pra saúde respirar pausadamente e deve fazer bem pra cabeça dar um tempo na correria.
Quanto ao filme que fui ver ontem, não é lá um hotel 5 estrelas, mas o serviço de quarto é ótimo. Pode apostar.

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