segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Natal, época de tradição

Na ceia, nos presentes e até nos filmes, o natal revive títulos anualmente
Duas coisas são certas quando o supermercado começa a vender panetones: enjoar de ouvir "Então é Natal", da Simone, e chover filmes tradicionais na TV aberta. Portanto, para seguir as tradições, segue a lista de cinco longas que não podem faltar naquele momento pós-ceia, em que você deita em frente a TV... e dorme.
Esqueceram de mim (1990) . Sim, "Esqueceram de Mim" é a história de um jovem ator Macaulay Culkin que encarna o pobre garoto Kevin, esquecido em casa pela família. O personagem tem que se virar sozinho e ainda proteger a casa de dois ladrões atrapalhados. O filme já foi exibido tantas vezes que ficou com 'cara de Natal'. Aliás, isso vale para o "Esqueceram de Mim 2".
Parque dos dinossauros (1993). O filme de Steven Spielberg nada tem a ver com Natal, mas foi exibido repetidas vezes nessa época, o que o permite estar na lista. O longa conta a história de um milionário que investe em um parque de diversões diferente, com dinossauros ao invés de brinquedos. Mas, como a natureza não pode ser controlada, as coisas saem do planejado e o divertimento vira matança.
Gremlins (1984). A TV aberta deu um tempo com esse clássico natalino, mas ele continua na lembrança de quem esperava o bom velhinho na década de 1990. A ligação que o filme tem com o Natal vem com o presente de pai para filho dado no início do longa, um bichinho esquisito que vem com um manual de instruções: não entrar em contato com a água, não expor a luz e não alimentar após a meia noite. Claro que as regras não são seguidas e surge uma raça cruel, mortal e engraçada, os Gremlins.
O Estranho Mundo de Jack (1993). Esse passou no ano passado, vai dizer que não viu? Nessa animação em Stop Motion, o diretor Tim Burton apresenta Jack, o rei da cidade do Halloween, que, cansado da rotina, convence os habitantes a sequestrar o Papai Noel e fazer um Natal diferente. Um pouco de humor negro e monstros para quebrar o clima de festividades e de 'jingle bell'.
Meu Papai é Noel (1994). Por último, mas não menos emblemático, "Meu Papai é Noel" inundou o imaginário brasileiro anualmente na década de 1990 com a história de um Papai Noel acidentado que precisa treinar um substituto. Cuidado! Você pode se deparar com esse clássico ao ligar a TV.
Cinco filmes que, querendo ou não, se ligaram as tradições natalinas e acabaram por se tornar parte delas. Para quem gosta do gênero, é só aproveitar os dias de descanso em frente a TV. A boa notícia, para quem não gosta de nenhum, é: como a música da Simone, eles só aparecem uma vez por ano.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Cinema em branco e preto

Em 30 de novembro de 1914 Charles Spencer Chaplin estreou nas telas com Making a Living. Quase 100 anos depois o cinema mudou, mas Carlitos será sempre O Carlitos.
Como um andarilho de chapéu-coco, bengala de bambu e sapatos com bicos longos Charles Spencer Chaplin encantou o mundo do cinema e conquistou um espaço eternizado na calçada da fama e outro nos corações dos cinéfilos. Ontem, 30 de novembro, há 98 anos, o artista aparecia pela primeira vez na tela com o filme Making a Living, película na qual interpretava um homem que vai trabalhar como repórter e se envolve com o roubo de uma câmera fotográfica com negativos de uma reportagem sensacionalista.
Em Making a Living Chaplin ainda não era Carlitos -o personagem que o consagrou. Usava uma cartola de fundo alto, bigodes longos contornando os lábios e óculos de um olho só. Os indícios de que ali existia uma estrela estavam apenas na forma ‘pinguinesca’ de andar e na bengala que o acompanhou como uma parceira de cena por toda a vida.
Chaplin nos faz pensar no quanto o cinema evoluiu em seus pouco mais de 100 anos de história e o quanto a arte mudou, claro, para melhor, mas com algumas consequências não tão felizes. Na comédia romântica O Amor Não Tira Férias o personagem Arthur Abbott (Eli Wallach) é um roteirista que, em um momento do filme, comenta uma época em que estreavam uma produção por mês, hoje são cerca de nove por semana. Um viva para quem consegue acompanhar!
Há 40 anos a matinê de sábado era o programa do final de semana. Belchior cantou as coisas boas que trazia no peito enquanto pedia a sessão de cinema das cinco e sentia saudades da camisa suja de batom em 1977. Lisbela esperava o próximo capítulo de uma novela que se confundia com a sua vida e a de seu prisioneiro (Lisbela e o Prisioneiro, Guel Arraes, 2003). O cinema era sujo de sonhos, de som (mesmo que mudo), de vida (mesmo sem cores).
Hoje o cinema é mais espetáculo, menos história. As novas tecnologias falam por si e muitas produções preferem gastar com grafismos digitais ao invés de bons enredos, ou enredos simples, mas que tocam o coração. Na disputa pelo Oscar de 2012 o mundo foi bombardeado por produções nostálgicas como A Invenção de Hugo Cabret (Martin Scorsese) e se encantou com o regresso do cinema mudo preto e branco recebendo a estatueta de Melhor Filme com O Artista, romance francês do diretor Michel Hazanavicius.
Neste final de semana que marca a estreia de Carlitos devíamos repensar o cinema como arte nesses ‘Tempos Modernos’. Claro, há de ser espetáculo, mas nunca há de deixar de ser a arte que é feita da rua, de qualquer lugar onde possa haver inspiração. Uma arte marcada por personagens como o Carlitos e como o brasileiro Mazzaropi, personagens do povo com histórias simples o suficiente para encantar e se tornar inesquecíveis. Com direito a “Smile” como trilha sonora do THE END.